sexta-feira, 10 de maio de 2013

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Conhecendo-se

– Como raios me foi meter nisto? _ Perguntava-se Victoria entrando no átrio do centro comercial.
Agora sóbria nada daquilo parecia boa ideia. Provavelmente era uma brincadeira para ver quantos caiam. E ela que se gabava da sua inteligência e Racionalidade estava ali, a caminho da boca do lobo, por causa do palpite da “bruxa” da Mikaela. Naquela manhã o ‘’Senhor D” como o tinha carinhosamente chamado, mando-lhe outra mensagem com a hora.
Incomodada sobe as escadas rolantes, até a praça de alimentação, e senta-se numa das mesas do quiosque de café, e recebe uma mensagem do senhor D.
“ Já chegaste?
D. “
Victoria olhava o ecrã do telemóvel com o sobrolho franzido. Perguntava-se se respondia ou não. “Tenho apenas um bom pressentimento” a voz de Mikaela ecoa no seu subconsciente e ela raramente estava errada.
“Estou ao pé do quiosque da Sical” Antes que pudesse perceber já tinha carregado no botão de enviar.
- Merda. _ Sussurra recriminando-se.
– Olá. _ Duarte não era do tipo de marcar encontros, a não ser que fosse “ Encontra-me na casa de banho daqui a 10 min “, mas esta situação estava longe de ser isso.
A difícil, interessante, quente e linda menina mulher que lhe deu volta á cabeça, não podia desaparecer. Não antes de poder desvendar cada um dos seus mistérios.
– Olá. _ Victoria, ao ouvir a profunda, agradável e masculina voz sentiu as suas hormonas fazerem-na acender como uma árvore de natal.
Todo ele era perfeição, alto, pelo menos 1.90, de cabelos escuros num corte moderno e um físico invejável e para completar, uns olhos azuis-escuros inteligentes e misteriosos.
– Posso-me sentar? _ Pergunta Duarte mostrando o maravilhoso sorriso.
– Hum? _ Depois de ter dito isso Victoria desejou com todas as suas forças que o chão se abrisse aos seus pés.
– Se me posso sentar. _ Duarte dá um sorriso divertido fazendo com que Victoria desejasse com mais força que o chão se abrisse.
– Claro. _ Responde com um sorriso afectado e indicando a cadeira à sua frente.
Depois de Duarte se sentar, instalasse um silêncio desconfortável na pequena mesa.
– Então… como te chamas? _ A pergunta apanha Victoria de surpresa.
Era verdade, nas poucas mensagens que trocaram e na boate, ela nunca lhe disse o nome dela e dele só sabia a sua inicial.
– Sou… _ Hesita, mas a voz de Mikaela fez-se presente na sua cabeça e ela manda os receios ir dar uma volta. – Chamo-me Victoria.
–Victoria. _ A maneira como o nome ressoou na cabeça de Duarte, era o pecado capital. Sentiu um puxão na sua virilha, tinha de ter cuidado, ficar assim agora não vinha nada a calhar. Tinha de se focar noutra coisa.
– Prazer Victoria, Duarte Faria. _ Diz esticando a mão para ela. A voz de Duarte ainda estava afectada e ao dizer o nome de Victoria naquele profundo tom rouco e masculino, fê-la arrepiar até ao último fio de cabelo.
–Prazer. _ Victoria retribui o comprimento, ao apertar a sua mão sente como se um choque a atravessa-se da palma da sua mão até ao seu ventre.
– Então Duarte. _ Victoria diz o seu nome como se saboreasse. – Que idade tens?
Faço 19. Tu?
–18 Mês passado. _ Volta a ficar um silêncio desagradável.
– Queres tomar um café enquanto falamos? _ Duarte pergunta olhando para o quiosque.
– Sim, um café era bom. _ Levantam-se os dois mas Duarte pára-a.
– Não te levantes. Eu vou buscar.
– Ok. _ Enquanto Duarte se dirigia ao quiosque, Victoria tentava firmar os pés na terra.
“Ele veio”, gritava na sua cabeça, era simpático e muito bom de olhar. Victoria enumerava as qualidades de Duarte com um apatetado sorriso na cara.
–O que é tão divertido? _ Victoria dá um salto da cadeira quase a fazendo virar. – O quê?
– Perguntei o que era tão divertido. _ Duarte responde com um sorriso pondo a pequena bandeja vermelha sobre a mesa.
Depois deste mico Victoria queria desaparecer e nunca mais voltar… México parecia um bom lugar.
–Bem…_ Victoria tira uma das chávenas do tabuleiro vermelho.
–Eu sei que és o Duarte e tens 19 anos. _ Diz Victoria dando um pequeno gole na sua bica. – Posso perguntar o que fazes ou seria ser demasiado curiosa? _ Pergunta Victoria olhando-o nos olhos por cima da pequena chávena.
– Façamos um jogo então. _ Propõem Duarte. – Pergunta e Resposta, que dizes?
–Parece bem. _ Responde Victoria com um sorriso terminando o café. – Eu já fiz a minha, cabe-te a ti responder.
– Não, tu não serias curiosa em perguntar o que faço da minha vida. _ Duarte, subitamente fica tenso e no fundo do seu ser perguntava-se o que lhe responder. Não lhe podia dizer o que fazia realmente, ela correria dali aos gritos.
–Deixa-me reformular a pergunta. _ Victoria ia perguntar outra vez quando Duarte a interrompe. – É a minha vez de perguntar. _ Duarte tenta mudar o rumo a conversa.
–Vives sozinha?
– Não. _ Tendo notado o desconforto de Duarte, Victoria decide esperar para fazer a pergunta novamente. – Qual é o teu prato preferido?
– Hum…Pizza. _ Ele tinha de pensar. Que tipo de emprego faz com que se esteja longos períodos fora de casa? _ Cor preferida?
– Vermelho. _ Responde Victoria olhando para a janela panorâmica do cento comercial de onde dava para ver o parque da paz. – Tens irmãos?
–Bem… De sangue, tenho um mais novo, e depois vivo com mais três que são tão chatos como se fossem meus irmãos. _ Ele tinha de pensar depressa. – E tu, com quem vives?
– Com a minha irmã mais nova e três amigas que estão mais para minhas irmãs. _ Victoria respondia dispersa. Estava um dia tão bonito e ela no centro comercial.
–Vou quebrar as regas. _ Duarte repara no interesse de Victoria pelo parque e decide levar a conversa lá para fora. – Que me dizes de sairmos daqui?
– Desculpa? _ Victoria olha-o confusa. – Ir aonde?
– Lá para fora apreciar o dia maravilhoso que esta. _ Duarte sorri-lhe e levanta-se e pega-lhe na mão. – Vamos?
Victoria olha-o durante uns momentos hesitante. Bem já tinha chegado até aqui, porque pensar mais?
– Claro. _ Responde-lhe com um sorriso radiante. Mesmo não sendo a pessoa mais activa do mundo, não era capaz de ficar fechada naquele edifício de ar reciclado quando estava um dia de verão daqueles.
– Agora por onde vamos? _ Pergunta Duarte fora do shopping olhando para os lados.
Victoria olha para ele levantando a sobrancelha. – Somos da margem norte * por acaso?
– Pode-se dizer que sim. _ Duarte dá um sorriso envergonhado. – Há muito tempo que não estou em Almada.
– Serio? Há quanto? _ Pergunta Victoria. – Para não te saberes situar para chegar ao parque da paz, já lá vai algum tempo.
– Sim algum, tipo… 17 anos. _ Duarte solta uma gargalhada mal contida, vendo a cara a de espanto de Victoria.
– Onde viveste desde que saíste da margem sul?
– Nova York… _ Duarte olha para Victoria de esgueira.
– Pais imigraram? _ Pergunta Victoria.
– Yah…
Chegaram a entrada do parque que fervilhava de vida. Era possível ver famílias a fazer piqueniques, desportistas a treinar e várias pessoas espalhadas pelas sombras do enorme carvalho no centro ou perto do lago onde se podia dar de comer aos patos.
– Isto é muito bonito. _ Comenta Duarte olhando em volta.
– Era mesmo isto que eu estava a precisar. _ Victoria tinha fechado os olhos e aproveitava o sol que se fazia sentir. – É nestes momentos que sinto que o Verão realmente chegou.
Ficaram os dois a apreciar a paisagem sentados no muro que rodeava o parque, e notam que ainda estavam de mãos dadas.
Depois de largarem as mãos fica uma atmosfera de constrangimento no ar, Victoria tinha ficado algo desiludida de o largar, quando de súbito levanta-se e olha para Duarte com um ar traquina.
– Sabes uma coisa? _ Pergunta Victoria tão perto de Duarte que ele podia sentir o seu hálito de aroma a café e ver como os seus dentes eram direitos.
– Ainda não me disseste. _ Responde chegando-se mais perto para poder capturar-lhe os lábios.
– NÃO ME APANHAS. _ Grita Victoria começando a correr.
– Mas que… _ Duarte ainda demorou uns segundos mas assim que a informação chegou… Não se fez de rogado.
Para quem olha-se, pareciam duas crianças a jogar à apanhada. Victoria era rápida mas Duarte era mais, e quando deram por isso estavam os dois a rebolar pela relva sendo que Duarte ficou por cima com uma Victoria que gargalhava debaixo de si.
Estava linda, corada da corrida, com a pele brilhante por uma pequena camada de suor e um sorriso que o fazia querer que ela sempre estive-se assim. Dando-lhe um beijo na testa, Duarte sai de cima de Victoria e sentam-se os dois à sombra do grande carvalho.
Ainda a recuperar o folego, e rindo um bocado Duarte nota uma coisa interessante nas costas de Victoria.
– Tens uma tatuagem? _ Pergunta esforçando-se para ver o desenho que estava escondido pela roupa entre as omoplatas.
– Sim. _ Responde tocando nas costas. _ Porquê? Incomoda-te?
– Nem um pouco. _ Duarte levanta a t-shirt e mostra uma tatuagem tribal que decorava todo o seu lado esquerdo.
– A quanto tempo a fizeste? _ Pergunta Victoria tentado olhar para a tatuagem e não para o tanque que ela cobria parcialmente.
–Vai fazer três anos, fi-la quando tinha dezassete. _ Duarte gostava que ela o olhasse. Queria ser o único a fazê-la sorrir, corar, amar, seduzir…. Ele queria-a por inteiro.
– Tem algum significado especial? _ A pergunta de Victoria fá-lo parar de sonhar acordado.
– Sim, é feita quando um rapaz é considerado um homem e guerreiro.
– Hum…
– Mostrei-te a minha, tens de me mostrar a tua. _ Diz Duarte baixando a T-shirt para infortúnio de Victoria.
– Esta bem._ Victoria vira-se de costas. – Vais ter de me ajudar puxando o vestido para baixo.
– Ok. _ Agora ela mostrar-lhe a tatuagem não parecia tão boa ideia. O seu desprotegido pescoço era uma tentação.
Com muito esforço e autocontrole Duarte faz aparecer a tatu de Victoria.
Era uma árvore Celta.
– Muito Bonita e feminina também. – Enquanto fala Duarte contorna a tatuagem com os dedos fazendo Victoria arrepiar-se. – Porquê uma árvore celta?
– Pelo que significa para mim. _ Os dedos quentes e a respiração dele na sua nuca, faziam com que o seu coração dispara-se e as famosas borboletas no estômago se revelassem.
– Ah sim? _ As pontas dos dedos, que faziam os contornos da tatuagem, agora eram acompanhadas por beijos na nuca e uma voz sussurrada no ouvido de Victoria. – E o que significa para ti?
– O facto de ser um círculo lembra que tudo está ligado e… _ Duarte tinha-lhe dado uma pequena dentada no pescoço fazendo-a deixar escapar um gemido mal contido.
–E… _ Insiste Duarte, adorando o facto de Victoria estar tão entregue a ele.
– E… e os ramos que se estendem para o céu, como se para alcançar o futuro, e as raízes, que nos fazem lembrar que sem passado não há futuro, pois são as coisas boas e as más que faz de nos quem somos.
–Hum. _ Victoria só notou que estava entre as pernas de Duarte quando ele a abraça e a faz encostar as suas costas ao seu muito musculado peito. – Tens uma visão muito… abrangente das coisas. – Quase filosófica.
– É normal, estudei filosofia na universidade juntamente com história e consultoria financeira. _ Victoria estava tão embevecida pelo corpo colado as suas costas que nem percebeu o que disse.
– Vais fazer esses cursos todos? _ Duarte pensava que ela estava tão mole que já não dizia coisa com coisa. Mas bastou ele fazer a sua pergunta para sentir a súbita tensão apoderar-se de Victoria.
– Não. _ Responde Victoria com pesar desfazendo o abraço e olhando-o nos olhos. – Eu não os vou fazer.
Então… _ Duarte é interrompido por dois dedos sobre os seus lábios. – Eu não os vou fazer, porque eu já os fiz.
– Como? _ Duarte estava confuso.
– Já alguma vez ouviste falar da organização não-governamental Filipa Dowet?
– Sim, há um centro em Nova York. _ Responde Duarte olhando para a agora encolhida menina à sua frente. Era como se aquela mulher confiante nunca tivesse existido.
– Sabes para que é que existe? _ Pergunta Victoria brincando com a barra do seu vestido.
– Para apoiar, estimular e ajudar crianças e jovem com muito talento. _ Responde. Então fez-se luz. – Tu pertences ou pertenceste a organização mas não como funcionaria, não é?
– Deveriam fazer-te um teste a ti. Com certeza que terias uma escala muito alta. _ Diz Victoria tentando fazer uma piada.
– Quando acabaste a universidade? _ Duarte não tirava os olhos dela.
– Este ano, mas já estou a trabalhar desde do meio do ano passado.
– Acabaste de fazer dezoito, certo?
– Sim. _ Responde Victoria com a voz embaçada.
– Com que idade começas-te o secundário?
– Com 12, e entrei na faculdade com 15.
Duarte fecha os olhos e suspira. Tinha encontrado. A sua companheira estava à sua frente, sabia-o desde que a viu na boate. Bonita, enigmática, e ao que parece muitíssimo inteligente. Tinha-lhe saído a sorte grande, só esperava ser merecedor de tal bênção.
Um ruído fez com que Duarte abrisse os olhos.
Ela estava-se a ir embora, estava longe o suficiente que para a alcançar tivesse de dar uma pequena corrida.
– Espera, Victoria, espera. _ Chamava Duarte alcançando-a. – Que se passa? _ Ao puxa-la para que se virasse para ele, vê que têm o rosto lavado em lágrimas.
– PROMETO QUE NUNCA MAIS ME VAIS VER. JURO. _ Grita tentando fazê-lo largá-la.
– Mas porque que não te quereria ver? _ Perguntando-se o que poderia ter dito para que ela estivesse assim. Duarte lutava contra o desespero que se queria apoderar dele.
– Primeiro dizem que é muito giro, depois torna-se frustrante e por último qualquer desculpa é razão para desaparecer e nunca mais voltar. _ Diz Victoria entre soluços. _ É sempre assim. São todos assim.
– Não és assim tão esperta. _ Dispara Duarte, Chamando a atenção de Victoria ao ponto de a fazer parar de chorar.
– Desculpa? _ Pergunta Victoria indignada. Ele acaba de duvidar da sua inteligência?
– Tua ainda não percebeste, que eu não sou como os outros? _ Dizendo isso Duarte dá-lhe um beijo apaixonado.


 * Em Portugal, Lisboa e Almada estão separadas pelo rio Tejo sendo que Almada esta a Sul. Todo pertencente abaixo do Tejo é a "Margem Sul".

domingo, 8 de abril de 2012

Capitulo 1 _ “Sexta á Noite”


Capitulo 1 _ “Sexta á Noite”
Sexta a noite.
A tão esperada noite que abre o fim-de-semana. Para Júlia, Mikaela, Vitoria e Eva era a noite onde iriam beber para esquecer, pelo menos para Júlia que queria arrastar as 3 melhores amigas para a Boate mais próxima e chorar com elas as suas mágoas. Isso era, ate estar tão bêbeda ao ponto de não se importar se elas ouviam ou encontrar companhia melhor.
Eram como irmãs as quatro mais velhas todas agora com 18 anos e a mais nova com quinze. Conheceram-se aos dez no instituto privado para sobredotados, Filipa Dowet* quando lhes foi descoberto a sua grande capacidade mental de um QI de 250. Vivem num grande duplex em Santa Marta de Pinhal num prédio novo e de localização agradável. As mais velhas trabalhavam todas a partir de casa pelo computador.
-Estão prontas? _ Pergunta Júlia dando os últimos retoques no cabelo.
Júlia é uma espevitada negra de pele chocolate, olhos escuros e quentes, cabelos cheios de caracóis crespos que lembravam uma orgulhosa e cuidada juba. Acabada de sair de uma relação de três anos, esta na fase de “sou de todos e de nenhum”. Extrovertida, com sentido de humor e simpática.
 - Vê se te acalmas. E empresta – me o batom vermelho. _ Diz Mikaela empurrando Júlia da frente do espelho da entrada.
Mikaela é a Rockeira do grupo, com o seu estilo Dark Chique, cabelos negros como azeviche, olhos de um azul cinzento e pele branca apetecível era o sonho de consumo de muitos homens e mulheres e, por vezes algum tinham a sorte de a ter por uma noite. Respondona, sarcástica e não levava desaforo para casa era taxada de rapariga problema do momento em que disse a primeira palavra.
-Tenho mesmo de ir? _ Pergunta Eva alisando o vestido que ela nunca usaria se não tivesse sido ameaçada por aquelas a que chamava irmãs.
Em contraste com Mikaela, temos Eva. Gentil, doce, tímida e recatada de aparência frágil de uma ninfa com os seus cabelos ruivos e olhos castanhos. Muito religiosa tenta pregar a fé dentro de uma casa cheia de ateus o que faz com que muitas vezes seja ignorada. Apesar disso a ida a igreja todos os domingos já virou tradição, como uma coisa que fazem em família, após a missa, se o tempo ajudar, fazem um piquenique ou qualquer outra coisa para passar o tempo todas juntas.
-Claro que sim. _ Responde Júlia com as mãos na cintura e uma careta de desagrado. – Preciso de todas para afogar as minhas mágoas, mesmo que tu não bebas.
- Mas a Alice não pode ficar sozinha. _ Eva tenta argumentar mas é interrompida por Victoria.
-A Alice tem quinze anos, já é idade suficiente para receber alguma responsabilidade. _ Começa Victoria sorrindo para a cara de desespero de Eva. – Alem do mais, vão só ser algumas horas.
Victoria era o que se podia definir como a doida Racional. Conseguia manter o sangue frio nas situações mais stressantes. É algo tímida, mas nada que umas vodkas e cervejas não ajudassem. Tinha os seus momentos, como ser tão calma e recatada como Eva, doida e espontânea como Júlia, ou mazinha e de língua afiada como Mikaela. Morena de cabelos compridos e olhos castanhos, pele de um moreno saudável todo o ano. Era aquela a que todas recorriam quando tinham problemas.
-Não te preocupes Eva, fico bem. _ Diz Alice descendo as escadas vestida com o seu muito colorido pijama.
Alice, irmã de sangue de Victoria e a mais nova da casa com 15 anos acabados de fazer. Criada por Victoria e as outras desde os seus 12 anos por uma tragédia vê a irmã mais velha como uma mãe e as outras como tias. Muito alta para a idade que tem, magra e com todos os seus atributos ainda em formação tem alguns complexos com o seu corpo, morena de cabelos compridos, olhos castanhos e sorriso contagiante era a princesinha da casa com atitude incluída, o que por vezes a fazia ficar de castigo por algumas atitudes.
-Okay! _ Exclama Júlia retocando a maquilhagem e o cabelo pela milésima vez. – Prontas?
- Prontas!!! _ Gritam indo para a porta de casa.
- Lembra-te, tranca a porta e tira a chave assim que sairmos, não abras a porta a ninguém porque nos temos chave e se acontecer alguma coisa ligas para uma de nos e nos estamos aqui num piscar de olhos. _ Victoria fazia recomendações enquanto era arrastada para ao elevador.
 - Eu sei, divirtam-se. _ Diz Alice da porta de casa rindo das figuras das irmãs.
Apanham um táxi na avenida principal e dão o endereço para uma nova Balada chamada “ Sin and Tell” que tinha óptimas recomendações e como o dono era conhecido de Júlia tinham convites V.I.P ‘s para a festa exclusiva de abertura de Verão. Entram sem nem olharem para a fila á porta e Juntam-se ao mar de corpos suados que vibravam ao som de uma música mix.
-O que vai ser? _ Pergunta o apetecível Barman uns decibéis acima da música.
- Para mim vodka com dois cubos. _ Diz Mikaela.
- Margarita. _ Pede Júlia com um sorriso sugestivo e um golpe de decote.
   -Cerveja. _ Diz Victoria olhando a pista sentindo-se observada.
-Sumo Natural, nada de álcool. _ Pede Eva desconfortável.
 -Bem meninas. _ Começa Mikaela bebendo a sua vodka num trago. – Quanto a vocês não sei mas eu vou dançar e aproveitar a noite.
-Quem vem comigo? - Pergunta batendo o copo no balcão.
- Já estou lá. - Responde Júlia entusiasmada terminando a sua bebida e emaranhando-se na pista com Mikaela “abandonado” Victoria e Eva no bar.
- É sempre a mesma coisa. _ Desabafa Eva. – Nem sei porque venho, abandonam-me sempre.
- Porque, primeiro, és obrigada. _ Começa Victoria com um sorriso. – Em Segundo, porque, como eu ficas preocupada com elas e alguém tem de as levar e proteger quando a farra acaba.
– Tens razão. _ Diz Eva num encolher de ombros.
- Diz lá quando não tenho? _ Pergunta Victoria convencida.
- Que graça a menina tem. _ Diz Eva fazendo as duas rir.             
Victoria olhou para a pista sentindo-se novamente observada e encontrando o ser que lhe causa tal desconforto. Sorrindo acaba a sua cerveja e volta a conversar com Eva.
Para Duarte aquele aglomerado de gente suada e bêbeda não lhe trazia a mesma satisfação de outrora. Precisava de mais, casos de uma noite já não serviam, tinha necessidade de casa acolhedora e cama quente, não de quartos de hotel impessoais. Mas as coisas andavam tão paradas que ele e os irmãos estavam a enlouquecer com a falta de missões o que o levou a exigir uma, caçar um vampiro que tinha descartado mais leis das que se podia mencionar. Onze da noite a atmosfera muda por completo. “Dentinho, o vampiro fora da lei” podia esperar, o que quer que seja que acabou de entrar não podia esperar. Duarte “varre” a boate com o olhar e encontra a sua nova fonte de tormento. Tinha pelo menos, com saltos, um e setenta e cinco de altura, cabelos compridos, que ele rezava que fossem castanhos, e um corpo que fazia virar muitas cabeças por onde passava.
Tinha chegado com o que pareciam ser suas amigas mas ele não se importou muito, o que lhe agradava muito era o facto de não haver cheiro de macho nela, estava sentada no bar com uma das amigas, e ria. O som do seu riso era como um bálsamo para os seus ouvidos sensíveis. Ele tinha de tê-la.

Depois de mais algumas Cervejas e outras bebidas, Victoria já algo tocada faz-se a pista. Ela, a música e o lindo e misterioso homem que a observava desde que entrara. Não era do tipo de se envolver com desconhecidos assim, mas havia alguma coisa na forma como ele a olhava que a fazia arrepiar.
Vira-se de costas e continua a dançar, ate que dois braços a envolveram e uma voz que, mesmo que estivesse a música muito alta, daria para perceber quão maravilhosamente rouca era, lhe sussurra ao ouvido um Olá.
- Olá. _ Diz Victoria de volta e continuando a dançar fazendo-o acompanhar.
Depois desse comprimento não foram precisas mais palavras. Dançaram, riram e beijaram, ate que o bolso de trás das jeans de Victoria começa a vibrar.
Era uma mensagem de Mikaela a dizer que estavam a espera dela há porta.
- Tenho de ir. _ Diz Victoria ao ler a mensagem.
- Espera. _ Duarte desespera-se. Não a podia deixar ir assim. Agarrando-lhe o pulso tira o telemóvel das suas mãos, liga para o seu para ficar com o número gravado.
- Agora podes ir. _ E devolve-lhe o telemóvel dando-lhe um beijo.
Victoria sorri e dirige-se a saída da boate. Do lado de fora vê as meninas já no táxi.
- Noite divertida, não? _ Pergunta Júlia dando-lhe um olhar sugestivo.
- Para com isso. _ Victoria entra no táxi com um sorriso rasgado e diz o endereço.
- Para nada. _ Diz Mikaela maliciosa. – Eu vi-te na pista com aquele pedaço de mau caminho.
- Pedaço nada, ele era o caminho todo. _ Completa Júlia fazendo as duas rir.
E foi assim pelo caminho todo, Mikaela e Júlia a rir de Victoria que tentava fazê-las parar e Eva que pedia desculpa ao motorista do táxi a cada dois minutos. Finalmente chegam a casa e quando entram no térreo e esperam pelo elevador o sinal de mensagem é ouvido.
- É o meu. _ Victoria tira o móvel do bolso das jeans e olha para o visor. Não era um número conhecido. Abre a mensagem.
“ Estarei á tua espera, na entrada da sereia do fórum Almada. Aparece ou vou ser o rapaz mais triste e sozinho de todo o mall.
D. “






ps: * Filipa Dowet não existe, é totalmente inventado pela minha pessoa.

terça-feira, 27 de março de 2012

Sinopse


A batalha entre o bem e o mal trás equilíbrio necessário para a consciência, livre-árbitro e a distinção do que é certo e errado mas a raça humana é ameaçada por esta guerra de dois mundos, é para isso que eles vivem é para isso que foram criados, o constante policiamento da fronteira entre mundos.  
Hunters, os caçadores de mundos.